quarta-feira, 3 de março de 2010

SHOW : Coldplay mostra espetáculo de seu reinado pop em São Paulo, mas peca em excessos


O Radiohead já foi culpado de produzir cópias inferiores à origem. O Coldplay sempre encabeçou a lista dos mais talentosos de suas cópias, mas quando Thom Yorke passou a caminhar por estradas difíceis de serem trilhadas, Chris Martin ocupou as frestas e sua banda tomou a liderança do mercado. E em cima de um palco, como estiveram na noite desta terça-feira (2) no estádio Morumbi, em São Paulo, comprovam que são declarados os donos do atual reinado pop.

Confortável entre os maiores vendedores de discos do mundo, em menos de três anos o Coldplay pulou do público de 8.000 pessoas reunidas em três noites na Via Funchal, também em São Paulo, para uma plateia de 65 mil presentes em uma única apresentação, contabilizada neste segundo e último show no Brasil da curta turnê "Viva La Vida", que começou domingo (28) no Rio de Janeiro.

Com uma grandiosa estrutura visual, o Coldplay de hoje é uma banda que faz um belo espetáculo, mas peca nos excessos e na tentativa de se reinventar, caindo na armadilha de soar sempre constante. Não faltam recursos para se prender a atenção: lâmpadas gigantescas que transmitem imagens e closes dos músicos, duas grandes passarelas laterais e um palco secundário no meio do público, milhares de papeis picados jogados na plateia, balões coloridas lançados à multidão, fogos de artifícios e uma estratégica entrada ao som da valsa "O Danúbio Azul", de Johann Strauss.

Se o Coldplay veio no bonde seguinte ao do Radiohead, Chris Martin absorveu as danças desengonçadas e as baladas emotivas que Thom Yorke deixou pelo caminho e somou a isso suas canções de tons épicos, que fazem parte da nova fase ambiciosa da banda. Por isso o repertório oscila entre extremos, mas as músicas mais antigas, da época em que o Coldplay passeava sem pretensão pelos redutos underground, convivem em harmonia com as novas composições.

Da abertura instrumental "Life In Technicolor" e do sucesso de seriado norte-americano "Violet Hill" até "Clocks" e "In My Place", ambas do segundo álbum, tudo se encaixa entre uma mudança e outra de sonoridade. Algumas delas precisam de uma mãozinha, como "God Put A Smile Upon Your Face" revestida em batidas eletrônicas. Outras pedem um pouco mais de grandiosidade, como em "Clocks", já que o som regulado para a apresentação não estava em suas melhores condições e deixou o volume baixo em grande parte do show de 1h45 de duração.

O repertório de São Paulo foi essencialmente igual ao de Buenos Aires, no dia 26, e ao do Rio de Janeiro. Chris Martin cumpriu a promessa feita à imprensa, de que não tocaria músicas desconhecidas para os brasileiros, e disparou um arsenal de hits e canções melódicas no show: "Yellow", "Fix You", "Strawberry Swing", "Lost!" e "The Scientist", uma das composições mais brilhantes da banda.

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