Foram 33 minutos em silêncio esperando que Akon entrasse no palco do Via Funchal, em São Paulo, nesta terça-feira (26), para fazer o segundo show de sua carreira na cidade. O atraso de meia-hora do combinado para começar a apresentação não teve música ambiente e deu margem para dúvidas: "será que ele vai aparecer?".
As dúvidas eram desnecessárias, mas quando as luzes se apagaram quem entrou em cena foi DJ Benny-D, o companheiro de palco de Akon. Em sua picape, ele apertou o play em uma colagem de músicas do rapper e de outros artistas, como "I Know You Want Me" de Pitbull, e deixou o show acontecer. Dez minutos depois, Akon apareceu cantando "Cross The Line", sem fazer muita diferença no som que Benny-D já estava tocando.
A diferença que Akon faz no palco não está na música, mas sim em sua presença. Ele sabe entreter o público, não deixa ninguém ficar com os braços para baixo, clama por barulho ou para que imitem seus gestos. No meio do show, ele pergunta quantas pessoas falam inglês no local e pede que levantem a mão. Ele quer saber se os presentes vão compreender sua provocação: "Essa é a segunda vez que venho a São Paulo, mas acho que o Rio de Janeiro é melhor do que aqui", ele fala, seguido de altos decibéis de vaias.
A provocação é a mesma que ele traz de Salvador, onde esteve no último domingo (24) e também disse que a Bahia era melhor do que a capital fluminense (ele se apresenta no Rio na quinta-feira, 28). E em São Paulo, Akon e DJ Benny-D insistem em instigar os paulistas a fazer barulho: "Rio de Janeiro é a cidade mais bonita do Brasil, mas o público mais louco está em São Paulo". Os fãs se dão por satisfeitos e recebem Akon nos braços, quando o rapper se joga em cima da multidão.
Para quem já assistiu ao show do rapper, a apresentação atual --que divulga o terceiro disco do cantor, "Freedom"-- é uma reprise do que já foi mostrado por aqui em 2007. Ele continua tirando três camisetas encharcadas de suor para arremessar nas mãos do público, assim como também passeia pela plateia nos ombros de seguranças. Akon ainda dá um banho em seus fãs: foram quase 20 garrafas de água abertas apenas para molhar quem estivesse por perto.
Quase todos os hits de sua carreira estão no repertório, mas só os grandes sucessos são executados na íntegra, como "Don't Matter", "Smack That", "I'm So Paid", "Sorry, Blame It On Me", "I Wanna Love You", "Beautiful" e "Right Now". Quase todos porque "Lonely" ficou de fora da seleção. E as músicas que tocaram menos por aqui também são tocadas menos no show, apenas trechos de faixas como "Soul Survivor", "We Takin' Over" ou "Ghetto".
Akon só não é muito bom no playback. Ele se atrapalha com as diversas camadas de vozes de suas gravações e acaba se perdendo nos versos. O público percebe --mesmo porque Akon não faz questão de esconder que não está sempre cantando--, mas não se importa: o que todo mundo quer é participar da festa, que dura 75 minutos e não tem bis
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
SHOWS : Akon no Brasil.(São Paulo)
08:58
GALERA 106
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